Estratégia

Preâmbulo

A estratégia da ADEP serve de orientação, a fim de que os objectivos estejam sempre presentes.

Assim, todos se podem agregar em torno de um horizonte de trabalho bem definido, nada vago ou obscuro, sem que ninguém precise de estar a inventar a roda para seguir adiante nas tarefas em que pode colaborar, se quiser.

Um projecto que possa enfrentar tempestades em qualquer frente tem de partir favorecido por uma boa planificação e por uma razoável equipa.

Levar adiante um trabalho com o risco de ele se esboroar por vontade alheia passado pouco tempo não serve. O tempo corre rápido e escasseia. Módulo após módulo, é possível construir, levantar, erguer, completar, aperfeiçoar, juntar.

Quanto a improvisos, nesta área não os pode haver, nem para uma fé cega baseada em inspirações ou para “o pouco que fazemos já é bom”.

A vida pede-nos sempre algo mais. Como a flor, que além de ser bela exala perfume.

Progresso é lei feliz. E quando a meta, próxima, se parece distanciar além dos próprios passos, autoaperfeiçoamento, sempre, é o melhor lema.

A luz coloca-se em cima da mesa, no tecto, onde quer que a sua dispersão fique optimizada. Para que todos a partilhem, sempre que o desejem.

A luz não pode ficar fechada nem num livro camuflado em inúmeras lombadas de uma biblioteca, dentro das apertadas paredes de um centro espírita; a luz do conhecimento expande-se naturalmente na direcção de todos, desde que não a filtremos com as limitações que nos são peculiares.

Há elementos ou características nossas que podem limitar a luz, mudando-lhe a cor, moldando-a com efeitos que a descaracterizam.

Na expansão do conhecimento espírita, alguns dos elementos que mais o prejudicam são as inserções místico-religiosas.

O espiritismo é uma «doutrina filosófica de consequências morais», escreveu Allan Kardec, e caracteriza-o a unidade dos três aspectos inseparáveis e interdependentes: ciência, filosofia e moral (ou ética).

Fazer da prática espírita um culto místico-religioso é retirar-lhe possibilidades de atingir o futuro. O sentimento de religiosidade inato no homem, expressão da lei de adoração que vigora nas consciências, precisa de trabalho e educação. O tempo de contemplação pertence ao passado, e como experiência evolutiva ultrapassada que é já nos não é útil.

Agora, o momento é de, após se ter entrado no movimento espírita, deixar que o espiritismo entre no nosso imo e, para que não sejamos inúteis, deixar que ele saia de nós a favor de outrem.

História

Hoje, ao revermos as duas últimas décadas de colaboração no movimento, damo-nos conta de que há um grupo expansível de pessoas interessadas e especializadas na área da comunicação, quaisquer que sejam os canais.

Seja na rádio ou na imprensa, nas conferências ou, agora, na Internet, estes elementos reúnem várias e ricas experiências que apontam um único sentido: para passar uma mensagem esclarecida há que aprimorar a capacidade técnica do canal que se está a usar.

Compreende-se hodiernamente, cada vez mais, a importância de criar uma associação capaz de agregar essas experiências, esses conhecimentos, de os ampliar e de os especializar – por que não até sistematizá-los? – com a colaboração de uma vasta equipa que se irá formando e crescendo à medida que mais acções forem desenvolvidas.

No campo interassociativo, onde há tanto espaço deixado à incúria, torna-se imperioso destacar as vantagens desta instituição aglutinadora.

A actividade clássica dos centros, por falta de especialização e organização técnicas, por estar vocacionada para outras preocupações, deixa áreas de serviço em branco. Por exemplo: os diversos sectores da comunicação, numa óptica técnica, insiste-se, dentro e fora das paredes da casa espírita.

É possível reunir um elemento capaz dali, outro de acolá, outro de mais além, juntar capacidades, organizá-las e propor-lhes o desafio de uma tarefa, a que se pode seguir outra, e outras…

A ADEP não ameaça nem concorre com a Federação, pelo contrário: a ADEP é mais uma ferramenta à disposição do espírito de unificação, à luz de Kardec. Compete aos diversos sectores do movimento espírita português rejeitá-la, ignorá-la ou aproveitá-la.

Introdução

Necessidade obriga. Quem te manda a ti sapateiro andar a tocar rabecão? O ditado popular tem as suas excepções, mas isso é só porque é tradicional estas fugirem à regra.

Uma mensagem tão viva e actual como o ideal espírita não pode continuar a passar para os destinatários macerada, amolgada com os caprichos do ego, empoeirada com a incapacidade técnica de quem não sabe nem quer aprender. Algumas formas de fazer chegar a outrem uma mensagem espírita, que deveria ser sempre generosa e correcta, espartilha-se por vezes, neste movimento, em aventureirismo. Conteúdos são menosprezados, meios técnicos ficam estropiados. Quem paga? Não são as pessoas em causa – é o espiritismo. Não é novidade: tem pago forte e feio desde fins do século passado. As ideias erróneas do vulgo sobre a doutrina provam-no.

É tempo de mudar. Não se estudando este assunto, sem procura de melhoria e reciclagem, fica-se num plano de indigência cultural, uma das piores entre as conhecidas neste mundo.

Porque apenas boa vontade é muito pouco: não chega. Diz-se que de boas intenções está o inferno cheio.

O cenário tem que mudar. Ao abraçar-se uma tarefa, antes tem que haver preparação; senão a tarefa sofre…

E este pode ser o momento, para todos os que aceitarmos este convite de autocrítica, de busca de soluções lógicas, esclarecidas.

Assim, diante deste projecto que se apresenta, a ADEP, seria difícil que, alguém com perfil para colaborar, deixasse de se sentir motivado para este tipo de trabalho.

O facto de se tentar sempre laborar em equipa propicia fraternidade, troca de ideias, debate útil, respeito pelas opiniões diferentes, exercícios de bom senso.

Cada equipa engajada neste sistema encontrará no processo de servir alegrias intensas. Com elasticidade para enriquecer o plano de trabalho, há que manter contacto sempre que possível, a fim de incrementar recursos e facilitar a concretização dos objectivos.

Enquadramento

Divulgadores são todos os que desenvolvem actividades relacionadas com a comunicação dentro e fora do movimento espírita, tais como expositores (palestrantes), articulistas e entrevistadores, divulgadores do livro e jornalistas, maquetistas e editores, construtores de bancos de dados e programadores informáticos, radialistas e escritores, bibliotecários e livreiros, etc.

Uma participação na ADEP ajuda a somar experiências, conjugar esforços, ideias e capacidades de trabalho em benefício do aprimoramento dos meios de comunicação e de divulgação da ideia espírita com toda a dignidade que lhe é merecida e natural.

O cenário de agora não deve assustar os técnicos que vêem a estagnação e a indiferença. Diziam antigos chineses que mais vale acender uma pequena lâmpada do que escarnecer da escuridão.

Diagnosticar erros impõe construir soluções.

Cabe aqui enfrentar a necessidade de autoformação e de auto-reciclagem que cada membro da ADEP enfrenta constantemente.

Âmbito
  • Territorial

É sensato encontrar um modo de descentralizar geograficamente as actividades da ADEP.

Portugal é um país de pequena dimensão, embora com o advento da Internet isso se relativize, já que embaratece muito os custos de intercâmbio de opiniões até entre continentes.

Mesmo assim, o ideal seria juntar cada equipa, sempre que possível, dentro de uma mesma cidade ou região.

À coordenação geral (Conselho Directivo da ADEP) cabe estimular e acompanhar os problemas mais difíceis de cada equipa de trabalho.

Uma reunião geral anual de trabalhadores das equipas, pelo menos, ajudaria a concertar esforços e resultaria num estímulo recíproco na prossecução das actividades da ADEP.

  • Temático

O objecto temático da ADEP é a comunicação em qualquer parâmetro em que ela se exprima, com fins de divulgação.

A ADEP é uma associação que reúne pessoas interessadas em contribuir para melhorar a divulgação do espiritismo dentro do movimento que lhe é afecto e fora dele.

Para isso, ter em conta o uso de uma linguagem cuidada e genuína – lembrar que quem não tem ideias claras nunca se consegue exprimir bem.

As pessoas interessadas que se reúnem em torno da ADEP têm necessariamente que evidenciar duas características: uma é o trato fraternal; o outro – menos importante – é o conhecimento doutrinário. Ser profissional de alguma área de comunicação é relevante, mas não é decisivo diante de ambas as características.

  • Instrumental

A ADEP, especializada sobretudo em comunicação, repita-se, para melhor atingir o seu público actua junto das instituições federativas e das associações, a quem oferece assessoria, no sentido de desenvolver actividades em conjunto.

Utiliza a ADEP todos os meios viáveis: periódico de imprensa (boletim informativo), Internet, contactos associativos pessoais e por correspondência, etc.

  • Temporal

A ADEP funcionará por tempo indeterminado.

Objectivos
  • Gerais

– Contribuir para a melhoria do ensino/aprendizagem espírita no centro espírita e fora dele, sob a hegemonia da qualidade.

– Divulgar o espiritismo pelos meios de comunicação de massa, de forma profissional e qualificada, enquanto agente de integração entre o movimento espírita e a sociedade.

  • Específicos
    A ADEP pretende ser útil a todas as instituições legítimas que a contactem ou aceitem o contacto da ADEP, tais como centros, uniões e federações espíritas.

Assim, a ADEP:

  • Estimula o intercâmbio de conhecimentos e experiências que contribuam para uma boa divulgação doutrinária
  • Realiza parcerias com instituições espíritas
  • Contribui para a melhoria dos meios de comunicação
  • Apoia colóquios, palestras, seminários, simpósios e outros eventos que favoreçam a divulgação
  • Disponibiliza cursos e (in)formação sobre temas da doutrina espírita
  • Promove a investigação de fenomenologia medianímica
  • Produz trabalhos nos sectores de televisão, rádio, jornal, Internet e outros
  • Incentiva a criação de periódicos nas instituições espíritas
Conceitos fundamentais

Amor e conhecimento são as características da mensagem espírita.

O centro espírita é a célula-base do movimento.

Allan Kardec é a bússola indispensável em matéria de actividade espírita.

Divulgação que se preze tem que começar a ser feita de dentro para fora. Caso contrário semeia-se o descrédito: que resposta poderá ter uma boa jornada de divulgação externa ao movimento se quando as pessoas procuram centros espíritas não conferem a mesma mensagem e atitudes coerentes com ela?!

No entanto, sublinhe-se que a ADEP também trata da actividade de divulgação exterior ao movimento espírita.

Linhas estratégicas e actividades

Níveis de actuação:

Internet
Atendimento por e-mail
Páginas no ciberespaço
Lista de discussão
Disponibilização de Curso Básico de Espiritismo, sem diploma.

Comunicação Social
Imprensa: jornais, revistas.
Rádio
Proceder a colheita e digitalização de roteiros de canais de divulgação já experimentados como programas de rádio.
TV
Participação em programas e, um dia, quem sabe, ter um programa próprio.

Centros espíritas
Palestras
Colóquios
Formação de colaboradores
Criação de um núcleo de monitores de Curso Básico por região, que estariam disponíveis para implementar as turmas nas associações que o desejassem.

Outros suportes
Livros e cadernos
Em elaboração caderno sobre «Preparação de candidatos a entrevistados em rádio, TV e imprensa»
CD-Rom
Disquetes
Na arte: pintura, desenho, fotografia, música, etc.

Secção de pesquisa fenomenológica
Recolha de ocorrências de fenómenos do tipo medianímico
Classificação e estudo à luz dos conhecimentos científicos e espíritas
Divulgação dos resultados

Aprofundamento e divulgação do conhecimento

A ADEP, através dos seus membros, está atenta a todas as novidades e descobertas surgidas no campo que lhe diz respeito, e tentará adaptá-las da melhor maneira às diversas áreas do movimento, estudando-as, inclusive no que respeita à sua aplicação.

A divulgação dos cadernos e estudos far-se-á da forma mais aberta e disponível que for possível, seja publicando-as na Internet, seja disponibilizando-as em disquete, CD-Rom ou o que for viável.

A luz é para ser colocada em cima do alqueire, a fim de alumiar a todos os que precisem dela, e divulgar é dar a saber.

Educação, formação, informação e participação do público
No desenvolvimento das suas actividades, a ADEP toma sempre em conta a perspectiva de educação, formação, informação e participação do público, sempre que útil à optimização dos resultados.

Cooperação internacional

A mais ampla possível, seja com as suas congéneres de outros países seja com instituições como o Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco.

Promoção, adaptação e criação de instrumentos
Páginas na Internet, boletim informativo, cadernos de formação.

São criadas diversas secções e áreas técnicas cujos elementos se contactarão, a fim de que a acção resulte aprimorada e eficaz. Cada secção, em função da sua actividade concreta, colherá oportunamente em cada área aquilo de que necessitar para a sua actividade produtiva.

A saber – Secções: Imprensa: boletim informativo, escrever para outros periódicos; Rádio: caderno de programas; TV: participação em programas; Vídeo: planos de cassetes didácticas; Música: maquetas; Pintura; Cartoonismo; Internet: site, e-mail, CD-Rom; Pesquisa: colher depoimentos sempre que possível confirmáveis; Formação: CBE e caderno media. áreas: Marketing e publicidade; Revisão de português; Grafismo e paginação; Didáctica; Planeamento; Doutrinária; Relações Públicas; Apoio jurídico; Apoio contabilístico; Arquivo. Outras secções e áreas serão criadas quando necessárias e na medida do possível.

Instrumentos disponíveis

Companheirismo, capacidade de trabalho, conhecimento doutrinário, bom senso, empenhamento, autocrítica e aceitação de críticas de outrem, entendimento imperturbável perante opiniões diferentes.

Medidas imprescindíveis para atingir os objectivos
Construir planeamentos, e cumpri-los, respeitando prazos.

Linhas estratégicas e áreas de intervenção
As linhas estratégicas de índole mais específica são definidas, à luz desta estratégia geral, pelo Conselho Directivo da ADEP.

Desenvolvimento de planos e programas
Prevê-se a valorização de sugestões feitas por qualquer pessoa, mesmo que alheia à ADEP, desde que plausível e executável.

É dado conhecimento aos membros da ADEP dos diversos planeamentos em curso, para os quais se pedem sugestões úteis.